Sucuri x Pantera Branca: MMA de
anões faz sucesso no interior do Acre
'Gigantes' das artes marciais levam bom público ao ginásio de Sena Madureira. Cachê é pequeno, mas banca cerveja do fim de semana
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Longe do badalado circuito nacional do MMA e dos eventos milionários do UFC, a cidade de Sena Madureira, distante 144 quilômetros de Rio Branco, capital do Acre, tem o seu próprio clube da luta. O destaque, porém, não está no glamour dos contratos milionários. São os anões - Sucuri do Macauã, Pantera Branca e Nó de Pau - que fazem a festa de dezenas de pessoas que lotam o ginásio da cidade para torcer.
O idealizador do evento foi Jota Cavalcante, radialista da Rádio Difusora Acriana. Na década de 1980, em busca de uma atração para cidade, ele resolveu promover uma luta de boxe entre os anões.
- Era uma época em que o boxe estava em alta, todo mundo só falava nisso. Depois dessa febre ficamos 11 anos sem fazer nada, mas ai veio o MMA, e os meninos toparam lutar de novo e voltamos a fazer as lutas.
Com pouco mais de 38 mil habitantes, Sena Madureira é uma típica cidade do interior do Acre onde a vida parece passar mais devagar. A economia gira em torno da agropecuária, dos produtos típicos da floresta como a madeira, a extração do látex, a coleta da castanha e de um intenso movimento no porto fluvial às margens do Rio Yaco, afluente do Rio Purus, onde um dos anões lutadores, conhecido como Nó de Pau, tem seu ganha pão.
Com 1,40m de altura, José Carlos da Silva Nascimento, de 38 anos, o Nó de Pau, trabalha como estivador no porto fluvial de Sena quando chega a carregar três vezes mais o seu peso, cerca de 150 quilos em fardos de mantimentos trazidos pelos barcos e levado até os caminhões.
- Eu não preciso treinar muito né?! Esse é o meu treino! Mas gosto de ficar treinando uns socos também - diz.
Nó de Pau foi morar ainda jovem na cidade, ganhou o apelido quando trabalhava na extração de madeira em fazendas da região, apesar do seu tamanho não recusava trabalho pesado e por isso foi comparado a um Nó de Pau, parte mais dura da madeira. Não é pelo dinheiro que os atletas vão para o ringue, é pela fama e amor à luta.
- A gente não ganha dinheiro com isso, faz porque gosta - diz Nó de Pau, que é completado por Pantera Branca:
- O dinheiro é só pra gente tomar uma cerveja no fim de semana, e nem dá pro tira-gosto.
Pantera Branca é Jair Farias Ribeiro, 43 anos, 1,35 de altura e 69 kg, sonoplasta da Rádio Difusora. Funcionário do veículo há 23 anos, ele topou o convite para fazer parte do espetáculo e não teme os fortes adversários.
- Não abro, não. Vou pra dentro.
No último evento, realizado há poucas semanas, quem levou o "cinturão" foi Sucuri do Macauã, que venceu Pantera Branca e Nó de Pau por nocaute técnico. A organização estuda a data para a próxima edição.
2 comentários:
Muito bom o blog, mantém a gente informado ae...
ok valeu cara......
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